Visita de estudo ao Aquamuseu do Rio Minho, em Vila Nova de Cerveira - Dia Nacional do Mar

No dia 16 de novembro, Dia Nacional do Mar, a turma VA3B, realizou uma visita de estudo ao Aquamuseu do Rio Minho, um projeto Municipal que está localizado no Parque do Castelinho, em Vila Nova de Cerveira. O transporte para a visita, ida e regresso foi de comboio.

Ao longo da visita os alunos visitaram o museu e os aquários. Também realizaram uma atividade pedagógica “Master Chef(e) – Fish para o Ambiente”.

No Aquário Público do Rio observaram, em aquários com volumes entre 1200 e 5000 litros, a vida aquática dos biótopos mais caraterísticos do rio Minho, dividida numa zona de nascente, zona intermédia e zona de estuário. Os alunos fizeram um percurso que simula a descida do rio Minho, desde a nascente até à foz. Numa zona exterior do edifício, existe um lontrário, onde puderam ver a lontra Miranda, espécie ainda presente na bacia hidrográfica.

No Museu das Pescas estão expostas, permanentemente, artes de pesca antigas e recentes (profissional e desportiva), objetos relacionados com a pesca artesanal, maquetas de barcos e fotografias a p/b.

Na atividade "Master Chef(e) – Fish para o ambiente" foi proposto aos alunos uma competição entre vários grupos de “chefs de cozinha” para conseguirem comprar 10 espécies de peixes diferentes com o mínimo de dinheiro possível e mínimo de CO2 emitido (transporte/origem do peixe), uma vez que o seu transporte implica emissões de poluentes, assim aprenderam a comprar pescado de uma forma sustentável.

Os bilhetes de entrada no Aquamuseu e do comboio foram pagos através da Angariação de fundos que estão a ser organizadas pelas representantes da turma com a colaboração de todos os pais/encarregados de educação.

Agradecemos a todos os pais/encarregados de educação que fizeram este dia possível.

 

Depois da conversa com o Sr. Vasco Presa na sala de aula...

 Trabalho na sala de aula - As artes de pesca da sardinha



O Sr. Vasco Presa, um pescador do Oceano Atlântico

O Sr. Vasco através de um globo mostrou os sítios por onde navegou durante 30 anos da sua vida, desde África à Gronelândia e da América do Norte à América do Sul.

Descubra tudo através do vídeo que se segue.

Os nossos agradecimentos ao Sr. Vasco Presa.

À conversa com o presidente da Associação de Pescadores Profissionais e Desportivos Vila Praia de Âncora, Sr. Vasco Presa

Na manhã do dia 4 de novembro, a EBS do Vale do Âncora recebeu a visita do presidente da Associação de Pescadores Profissionais e Desportivos Vila Praia de Âncora, Sr. Vasco Presa, pescador de profissão ao longo dos últimos 50 anos. Escolheu esta profissão porque os seus antepassados, pai e avó, já eram pescadores. Segundo ele “As vantagens desta profissão é a liberdade, o trabalho todos os dias é diferente, permitiu-me conhecer muitos locais diferentes e sociedades…”. As desvantagens “Regulação das cotas do pescado, ainda existe muito por fazer para que os pescadores possam ter os direitos que outras profissões têm…”.

Através desta conversa os alunos ficaram a saber que existe um fenómeno mágico “Quando não há Lua, está tudo escuro no alto mar, conseguem-se identificar todas as espécies que nadam no mar, pois estas têm um efeito refletor, criam uma luz, parece um foguete, isto acontece devido à salinidade da água…” referiu o Sr. Vasco.

No âmbito da temática do tema “Sardinha de Abril é vê-la e deixá-la ir” o Sr. Vasco explicou que existem duas artes diferentes de pescar a sardinha:

    .Cerco - Rede longa e alta largada de uma embarcação e manobrada de forma a envolver o cardume e a fechar-se sob a forma de bolsa.

    .Emalhar pelágica - Rede com boias numa extremidade e pesos na oposta, que é lançada à água num local onde se saiba haver cardumes de peixe a nadar, os quais ficam "emalhados" ou seja, presos nas malhas da rede, normalmente pelos espinhos ou opérculos.

O Sr. Vasco contou que a pesca de sardinha através da arte de emalhar pelágica teve a sua origem na Galiza, Espanha, há cerca de 300 anos. Referiu “…uma família vinda da Galiza trouxe esta arte para Portugal”. Informou que em Vila Praia de Âncora existem 4 embarcações à pesca de sardinha e 9 licenciadas. Disse ainda que, em Caminha não há nenhuma.

Quanto ao cerco, no distrito de Viana do Castelo, só existem duas traineiras portuguesas cujos donos são espanhóis e que estas estão ancoradas em Viana do Castelo.

Nem imaginam o que descobrimos!!! Segundo o Sr. Vasco “as duas traineiras ancoradas em Viana do Castelo, são as duas embarcações de que se tem falado nas notícias…”. Também nos explicou que nas noticias falam de coimas, máximo a pagar, mas na realidade pagam quase sempre o mínimo, ou seja, muito pouco.

Ficamos a saber que na arte de cerco aparecem várias vezes golfinhos “...eles são desafiantes na velocidade…se não os libertarmos rapidamente morrem asfixiados no cerco…” salientou o Sr. Vasco.

O Sr. Vasco contou que no cerco são capturados dezenas de toneladas de cardumes de sardinha e outros cardumes, como por exemplo, biqueirão (em Portugal só existe enlatado, mas na Espanha come-se fresco), robalos, sargos, corvina, carapau, cavala… segundo ele “…a cavala e a pota são muito usadas para isco nos covos, na pesca de espadarte…”.

Mas afinal o que é feito à sardinha que é aprendida?

Existem diferentes situações:

-Se houver excesso de captura abordo, no alto mar, tem de se deitar o peixe ao mar, esteja morto ou vivo;

-Se a apreensão for feita na zona de descarga o peixe pode ser vendido na lota e o dinheiro reverte para o estado, mas isso não evita que se pague a coima;

-Se o peixe for apreendido em terra e não cumpre as medidas de lei é dado às instituições;

-Se o peixe for apreendido quando é proibida a sua captura “fora de cota”, também é oferecido às instituições.

 Algumas citações do Sr. Vasco Presa…

“Houve ciclicamente crises na pesca de sardinha, em 1975 e 1976, não se trabalhou à sardinha, porque não havia, depois já houve imensa.”

“Na arte de emalhar a sardinha é tirada uma a uma da rede, o que faz com que as últimas já estejam moles e vão para o isco.”

“Atualmente existe muito sardinha, mas não foi devido aos confinamentos do COVID, foi a lei que foi bem aplicada.”

“Um homem tem de trabalhar 8h por dia, durante um mês, para fazer uma rede de emalhar e não custa menos de 1000€.”

“Se a rede tocar em rochas destrói-se toda.”

“…depois de começar a tirar a sardinha, um homem, está quase 5h a sacá-las sem mexer os pés, só mexe o corpo da cintura para cima.”

“…com a mão esquerda puxa-se a rede para dentro da embarcação e com a direita pega-se na sardinha…”

“Para tirar a sardinha da rede é necessário muito jeito, por isso, os espanhóis chamam a esta arte «xeito».”

“Emalhar pelágica significa que se move com a corrente.”

“No passado a sardinha era a comida dos pobres e agora dos ricos. Havia muita quantidade, agora devido às leis não se pode pescar muito, logo é mais cara.”

“…a sardinha portuguesa é a melhor que há, viajei e provei sardinha em vários locais e a nossa é a melhor em termos de sabor.”

“Antigamente a sardinha era conservada apenas no sal, agora pode se congelar ou enlatar, mas normalmente é comida fresca.”

“A petinga tem quantidades acessíveis em cota quando está aberta. Em Espanha dentro das rias é autorizada a sua pesca a algumas embarcações. Há duas noites fui a Vigo e vi cerca de 10 toneladas de petinga na lota.”

“Todos os peixes desovam mais cedo com as águas mais quentes. Este ano tivemos uma altura em que as águas atingiram aproximadamente 20oC.”

Descubra tudo através da sua visualização dos vídeos.

Os nossos agradecimentos ao Sr. Vasco Presa.

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